Infecções Urinárias
As infecções urinárias, como as cistites, que atingem a bexiga, são muito mais comuns nas mulheres*. Estima-se que até 80% dessa população já apresentou um episódio de ITU em algum momento da vida.
Isso acontece em função das diferenças anatômicas entre os aparelhos geniturinários. Pessoas com vagina têm a uretra mais curta, com cerca de 5cm (4x menor que a de pessoas com pênis), as bactérias encontram mais facilidade para se deslocar da vulva e do períneo até a bexiga, favorecendo as infecções nestes pacientes.
Nesses casos, é muito comum a procura por um Ginecologista. Embora esse médico possa contribuir para o tratamento da cistite, já que os sistemas urinário e reprodutor são muito próximos e um pode afetar o outro, essa é uma situação em que a consulta com o Urologista seria mais indicada, sobretudo nos casos de infecções recorrentes.
Por definição infecção urinária recorrente é aquela que ocorre com frequência maior que três vezes ao ano ou com frequência maior de dois episódios nos últimos seis meses.
Infecção urinaria recidivante:
Precoce, ocorre nas primeiras duas semanas após o final da antibioterapia, sendo o agente etiológico o mesmo da infecção inicial. Habitualmente é resultado de insuficiência do tratamento inicial (antibioterapia inadequada, resistência antibiótica, descumprimento da terapia prescrita) ou por alteração no sistema urinário (por ex. cálculo urinário).
Reinfecção:
Tardia, ocorre após duas semanas do final do tratamento da ITU inicial, num doente que se encontrava curado, sendo o agente etiológico diferente da ITU anterior.
Geralmente o agente etiológico das ITU recorrentes é a bactéria E. Coli. Todavia na ITU recorrente o tratamento antibiótico deve ter por base o exame de urocultura inicial, devendo ser comprovada a cura com urocultura pós antibioterapia.
- Genéticos: alteração imunológica da secreção de antígenos específicos nos fluidos corporais, implicando em maior aderência bacteriana a mucosa da bexiga.
- Estruturais e Funcionais: hipoestrogenismo, como o prolapso vesical, incontinência urinária, resíduo urinário pós miccional aumentado.
Infecções urinarias recorrentes são muito frequentes, causando um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. Para diminuir o risco desta situação foram propostas diversas medidas farmacológicas e não farmacológicas.
Medidas não farmacológicas:
- Hidratação
- Micções regulares
- Micção pós atividade sexual
- Vestuário adequado
- Regularização do trânsito intestinal
- Evitar uso de espermicidas
- Acidificação da urina
- Suco de crawberry
- Identificação e resolução de fatores de risco corrigíveis
Medidas Farmacológicas:
- Imunoprofilaxia – vacina oral
- Estrogéno intravaginal nas mulheres pós menopausa
- Antibioticoterapia profilática
* É importante ressaltar que tal condição sera mais frequente em qualquer pessoa com vagina.
